segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Sopro da Morte

by betha M. Costa


Cheguei a uma encruzilhada da vida. Em total falta de respeito às crenças, Deuses e Orixás, profanei os Ebós (oferendas). Comi a galinha assada com farofa. Entornei a pinga. Levei as flores para enfeitar o vaso da varanda. Deliciei-me com as frutas e o mel no café da manhã. Na noite imediata, quando deitei para dormir, a morte assoprou nos meus ouvidos que breve me viria buscar. Sem fé que me segurasse o terror voei em piruetas no seu bafo pútrido e frio até cair no chão e quebrar a coluna mestra das minhas certezas. Braços abertos, presa numa cruz invisível, eu espero cada instante que tal hora chegue... E nada posso fazer!

Um comentário:

  1. Betha,

    Agora que você quebrou a coluna mestra das certezas, está realmente pronta para a vida.

    Beijo,

    ResponderExcluir