sábado, 13 de novembro de 2010

Animais de Estimação

by Betha M. Costa


Meus meninos quando mais crianças tinham mania de criar bichos dentro de casa. De casa não, pois moramos em apartamento, péssimo lugar para se manter animais e, além disso, o caçula é asmático e o mais velho tem rinite alérgica.Primeiro foram os peixes que convenceram o pai a comprar. E lá veio aquele aquário cheio de musgos, pedrinhas no fundo, luzes e toda aquela parafernália.Eles exultaram e passavam horas admirando os bichinhos a nadar pra lá e pra cá. Mas, como o que é bom dura pouco: de repente a “peixaiada” morreu.


Deve ter sido indigestão. Os garotos segredaram que achavam aquela ração muito “fraquinha” e colocaram no aquário refrigerante e outras guloseimas. A partida dos peixes não trouxe grandes traumas.


Uma noite o menor com uma chiadeira danada no peito e o maior não parava de espirrar e resfolegar o nariz. Depois de ambos terem ido a urgência hospitalar e serem medicados confessaram o crime: tinham adotado um gato de rua que estava instalado confortavelmente numa caixa da área de serviço com a conivência da emprega. Dei “aquele sermão” e despejei sem dó nem piedade o felino.


A seguir veio o casal de miúdas codornas: a Chuva e o Trovão. Eram bem bonitinhos. Eles moravam numa ampla gaiola com água e comida a vontade. Durante a manhã ficavam soltos na área de serviço para esticar as pernas. A fêmea começou a colocar ovos diariamente e no final de semana meu marido os comia como tira-gosto com sua cervejinha. Até que aconteceu o primeiro acidente... A empregada deixou a porta da cozinha aberta, a curiosa Chuva tomou o rumo da escada e rebolou partindo uma patinha. Daí em diante ela só punha ovinhos quebrados até que amanheceu morta. Que desolação! Velório na caixa de sapatos, lágrimas, enterro no jardim do condomínio. Alguns meses e nova tragédia: o Trovão foi esmagado pela porta da cozinha que desastradamente o meu filho mais novo empurrou. Foi difícil convencê-lo que ele não era um assassino perverso: afinal fora um homicídio culposo. A consternação foi maior que no sepultamento da Chuva. Muitos dias de tristeza e luto.


Ainda veio a Susy, uma camundonga, que pouco durou devida queda da sacada do terceiro andar onde moramos. Todos nós estamos convencidos que nossos animais são marcados pela tragédia e que apartamento não é lugar para criá-los... Pelo menos o nosso!

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