segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Sobre Cartas de Amor









by Betha M. Costa


Toda carta de amor é linda porque traz algum sonho do passado, saído do fosso das lembranças ou uma esperança lançada em chama a alvo incerto.Tem a sutileza das pequenas coisas, envoltas em aspirações profundas do nosso universo interior pouco explorado. 

Amor é música aliada ao desejo de cantá-la em duo, na sala secreta da vida, sem platéia, longe dos aplausos de outras mãos que não sejam aquelas que lhe tocam. 

Ao meu tempo (se é que o tive um dia), fui capaz de laçar ao ar estrelas, domesticar cometas, caçar vaga-lumes e iluminar caminhos escuros e tristes.Hoje nem uma vela já gasta encontro para clarear os meus passos trôpegos.Creio que perdi a luz ou não já sei mais onde vivem os vaga-lumes... 

Temo a insanidade que me causa o amor.Aquela sensação absurda de rasgar as vestes e a alma, e entregar vida e morte, de mão beijada ou de bandeja, até mesmo para um rei malvado, que vai acabar um dia por enterrar tudo na vala comum de um cemitério de beira de estrada. 

O mundo feminino é confuso e contraditório.Há briga diária entre o desejo que queima a pele e tatua o coração por dentro e a realidade do que é ou pode ser, escrita dentro da retina do olhar para fora de si.Mas, era das cartas de amor que eu deveria falar...

*Imagem do Google

Nenhum comentário:

Postar um comentário