C.
Devolvo junto com esta carta - em uma caixa florida - os versos que me tu deste com todas as tuas palavras de amor. Aquele jazz que nós não ouvimos, os vinhos que não degustamos e os amontoados de sonhos que sem perceber me levaste a sonhar.
Guarda contigo as estrelas que tu colocaste nos meus olhos, os sorrisos que me roubaste, a frágil paz que me emprestaste e os segredos inconfessáveis dos momentos em que estivemos no céu, antes daquele adeus escrito nas nuvens.
Ao coração tenho teu livro de poemas. Na memória a história da “Alice”, aquela que saiu do buraco outra, não sei se mais ou menos feliz... Mas, certa ser o “Chapeleiro Louco”, o mais belo, sensato e descolado, personagem das histórias infantis.
Creio que ainda sendo volátil, o universo das quimeras, deixará na soleira da porta que as malhas frias dos temores destrancem um a um os seus novelos para nós sermos nós mesmos. E acima das verdades aparentes, posso dizer-te com o coração leve, a alma destravada de dores, mente e corpo incólumes: sou feliz agora e onde estiver sempre estarás comigo.
Beijos,
B.
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