sexta-feira, 8 de março de 2013

Canto da Infância Inacabada


by Betha Mendonça

Escrevo como quem joga amarelinha, onde a pedra dos sonhos tenta alcançar a lua ou as estrelas. Como pião, que lançado ao chão traça palavras, cujos lábios não são capazes de pronunciar...

Canto em poemas as cantigas de roda da menina que se perdeu da magia que a segurava. Ensandecia pelo rock, rap, hip-hop e reggae, procura àquela força, de quando ficava no topo do mundo nas sapatilhas do balé clássico.

Ouço os sons das bolinhas de gude, planetas do sistema solar entre dedos pequeninos, capazes de controlar o universo, enquanto as órbitas dos olhos moviam-se pelos dias cheios de luzes.

Voo com papagaios coloridos - fios encerados em cacos dos vidros moídos dos desencantos e nas colas dos amores passados - que cortavam no ar, os pensamentos sombrios, do tempo em que sofri muitas dores.

Hoje restam os desenhos de sombras nas paredes, onde o dinossauro come o homem, que come e destrói os outros seres vivos do planeta infância, que foi devastado por um meteoro gigante chamado crescer.

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