by
Betha Mendonça
Canto
por que o meu amor não está morto e ao som do piano aposto, em inúmeros sons,
voam notas musicais as minhas melodias interiores.
Serpenteiam
em grandes pautas as escalas... Desnudam-se escondidos locais... Aguçam-se
sentidos aos sussurros de “fás, sis e lás”...
Cantam
flora e fauna enamoradas. Solfejam em gorjeios os pássaros. Grasnam gansos,
miam gatos, ladram cães. Cricrilam grilos... Batem correntezas nas pedras,
derrubam águas tempestuosas as margens dos rios. Marulham conchas na praia...
Explodem gêiseres... Canto em todo o canto!
Canto
por que o lirismo erótico do momento dispensa silêncio e placidez. Deseja
gritos, ruídos e gemidos. Zoadas de festas, brindes de vinhos. Copos quebrados.
Corpos em danças e requebrados. Abraços, risos e as vibrações das minhas mãos
nuas a enlaçar as tuas.
Quero
sonoridade, o soprar da voz de vento bem perto e lento, a lamber teus ouvidos,
eriçar-te pele e tecidos em feliz comunhão e comemorar que amor não está morto.
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