terça-feira, 28 de maio de 2013

Testamento



by Betha Mendonça

Quando eu me for não façam homenagens póstumas!Quem tiver que me amar e dizê-lo o faça hoje!Se for para chorar, acompanhar, falar, escutar... O tempo é esse! Brigar, acariciar, abraçar, desculpar, e, todas as coisas a mais ou menos ou necessárias... Esse é o instante!

Quero doados os meus órgãos que puderem ser aproveitados para melhor qualidade de vida de outras pessoas. Que elas sejam mais felizes do que fui!

Não quero velas, nem flores, nem epígrafe, nem foto em lápide. Não quero lápide. Quero ser cremada. Seja meu corpo purificado pelo fogo, cinzas lanças na Baia do Guajará, para que alimento de sua fauna, eu seja cada peixe, boto ou animal daquelas águas.

Não, não quero homenagens póstumas! Que meus poemas sejam apagados do notebook e de todos os espaços virtuais, para que sejam silenciadas todas as palavras como minha voz, e, afinal nós fiquemos em paz.

O que restar de lembrança minha, seja barco naufragado, que com o tempo, encoberto por areia e água... Desfaça-se ao esquecimento!

*Imagem do Google

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