by Betha Mendonça
Bendita a dor que me queima as entranhas, que me
desperta na noite, como se cortassem meu baixo ventre a sangue frio num parto
antes da hora.
Bendito o repuxar dos tecidos da parte superior das
minhas coxas, aos menores movimentos, cordas dum instrumento musical, que dão
ritmo aos gemidos deste corpo magoado por intervenções.
Bendita a incerteza das pernas que travam ante um
passo mais rápido, pelo temor do padecer da agudeza de uma contratura, que
corre coxa acima como um rasgão de todas as estruturas do abdome inferior.
Bendita dor todos os dias a dar-me aulas de
paciência e prudência, por que o tempo precisa de tempo para superar os agravos
físicos, psicológicos e espirituais, desta veste chamada corpo.
**Imagem do Google
Parabéns. Abraço.
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