por Betha Mendonça
Felicidade é uma luz que não pode ser captada pela lente de uma câmera num
momento feliz. Seu brilho é tão forte que queima a retina dos invejosos e
aparece na foto somente um branco fantasma, sem forma definida.
A felicidade esvai-se por todos os orifícios do corpo. E por ser chama tão
forte, quente e brilhante; fica o sol pálido de ciúmes e a lua entristecida por
ser o luar tão pequeno perante ela.
É um estar em si e em tudo o que existe. E que não resiste em propagar-se num
desejo absurdo, que o Cosmos inteiro possa sentir toda aquela explosão.
Como a criação do Universo ou o Caos, um Big Bang interior, que se propaga em
tudo que se toca, cheira, escuta, vê, e, delicia-se em sabores tão diversos,
incapazes da caber dentro de versos.
Um arrebatamento, uma música inebriante. Um feitiço que só sabe aproveitar e
beber até o último gole, quem não vive com dó de si próprio. Que baila sobre as
tristezas, dores e decepções, por que ser feliz é para quem ousa sê-lo. Quem ri
de si mesmo, quem minimiza os problemas, por saber que todo mundo os têm.
Felicidade é voar sem asas, correr sem pés, colorir sem tintas, amar a natureza
e o natural, sem nada dizer ou mostrar aos outros, por que de longe a gente a
percebe...
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