sábado, 18 de setembro de 2010

Canto da Amazônia

by Betha M. Costa

Melodias de cigarras e araras,
Sinal dos finais das tardes,
Em sons orquestrados aos ares,
Cricrilam grilos nas noites frias,
E uirapurus em tristes ave-marias...

Silvam cobras, miam onças,
Animais noturnos em suas andanças,
Ao luar escondido a coruja pia,
E o Curupira em dança rodopia!

Ao amanhecer a bicharada,
À música agrega novos tons,
Os bem-te-vis e a passarada,
Um a um dos mostram seus dons...

Amazônia, tudo em ti clama e canta!

Flora, fauna, minérios, águas...
Doces fontes, rios, igarapés,
Peixes, ariranhas e jacarés,
Bromélias e enrolados cipós,
Macacos, aves, répteis e igapós.

Árvores centenárias. Selva.
Microorganismos na relva,
Fértil o teu solo,
Colo e alimento da diversidade,
Ervas, exóticas flores... Musicalidade!

O vento sussurra à chuva freqüente,
Que tamborila gotas nas folhas,
Em lagoas de águas quentes
Sapos aos papos enchem bolhas.

Quanta esperança nessa canção,
Que componho cheia de amor!
Ó, Amazônia do meu coração,
Tu és vitória-régia em flor e cor!

*************************************************************


Uirapuru- pássaro típico da Amazônia, cuja plumagem pardo-avermelhada e bem simples não condiz com a exuberância do canto, de grande beleza

Curupira - entidade das matas, anão de cabelos compridos e vermelhos, cuja característica principal são os pés virados para trás. Protetor da floresta e dos animais.

Vitória-régia - planta aquática típica da região amazônica. Possui uma grande folha em forma de círculo, que fica sobre a superfície da água, e pode chegar a ter até 2,5 metros de diâmetro e suportar até 40 quilos se for bem distribuído em sua superfície. Sua flor é branca e abre-se apenas à noite, a partir das seis horas da tarde, e expele uma divina fragrância. No segundo dia, o da polinização, a flor é cor - de- rosa. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário