quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Memória Afetiva

by Betha M. Costa

Já não me recordo quando,
Eu comecei a te esquecer,
Se na asa do vento brando,
Num frio céu do amanhecer,
Ou nas tuas mãos abanando,
Num grande e feio entardecer...

Essas mãos fartas de gestos,
Hoje não tecem carinhos
Entre meus cantos secretos,
Nem os dedos fazem ninhos,
Nem laços e fios de afetos,
De linhos em torvelinhos.

Sem uma marca na ponta,
O fio da meada se perdeu,
Não fui uma Ariadne de monta,
Nem tu foste bom Teseu...
Eu não passo de uma tonta,
Que de esquecer, se esqueceu...

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