quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Sono e Vigília

by Betha M. Costa

Dormes perdido e sereno,
enquanto desnudo com o olhar,
cada vão, até o mais pequeno,
do teu corpo peludo a navegar,
em um mar de sono ameno,
e belo e pleno, depois de amar.

Nem a virilidade dos traços,
nem quantidade dos pelos,
ou o contorno dos braços...
Nada te protege dos apelos,
vindos dos meus abraços.

Em teu sono não sentes,
indicador que contorna,
teus traços inocentes,
lábios na tua barba morna,
o calor dos meus beijos quentes.

Com um beijo estalado acordas,
sorris, vês o céu todo estrelado,
abraças-me e por fim recordas,
que ainda estou ao teu lado,
e logo atarás as mesmas cordas,
com que a ti me prendes e ornas.

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