quarta-feira, 25 de maio de 2011

Carta de Despedida Número 05








by Betha Mendonça

Despeço-me das saudades que hoje aprisionadas no meu peito, dificultam-me o presente a atrasam-me o futuro. Elas são como tentáculos de um extinto animal pré-histórico, que vez por outra voltam à vida para abraçar os meus dias e enchê-los de melancolias.

Adeus as lembranças dos momentos em que me doeram de tantas alegrias o corpo e a alma, e, na calma dos meses, em doses homeopáticas de tristezas, empedram do meu cérebro ao coração. 

Basta da criança que teima em sorrir dentro de mim!Ser como nos tempos em que eu não enxergava a vida com o olhar nebuloso que vejo agora, a correr de um lado ao outro feito um Erê maroto, que não perde a vontade de juntar a maturidade com a infância em casamento duradouro.

Chega de crer que as lembranças podem ser revividas como os filmes antigos que a gente aprecia e repete no DVD tantas vezes, que passa a conhecer as imagens e dizer as falas de cor.

Adeus as saudades úteis e inúteis! Dos instantes em que minhas mãos acenavam o contentamento das chegadas, escreviam e diziam de alegrias e vôos, que no fundo sei que nunca darei com essas asas fragilizadas pelo amor que se foi...

B.

Um comentário:

  1. Ando com saudades de ti, menina, ando mesmo... e o que dizer do recanto da poesia que sente falta
    da tua excelente prosa e da tua irreverência tão saudável?
    Na verdade este texto (carta) pareceu-me um pouco melancólica.
    A ti não direi adeus nunca, mesmo porque quando houver um fim fisico em qualquer uma de nós, por certo
    as nossas almas se encontrarão no céu (somos boas meninas...) para lembrar
    os bons e maus momentos. rs.
    Bjs Poeta e amiga que teimosamente admiro e acarinho,
    Vóny Ferreira

    http://vonyfereeira.blogspot.com/

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