by Betha Mendonça
Não foi o anjo Gabriel a avisar que eu ia
ser mãe. O “positivo” que sobressaia no exame Beta-HCG como uma profética luz
me deu a certeza que sou uma bem-aventurada. A confirmação que algo
extraordinário estava acontecendo comigo cobriu-me com uma aura mágica que só
quem se descobre grávida sabe como é. Tive essa prazerosa sensação por duas
vezes e em cada uma delas não deixei de aproveitar um só momento.
Nunca esqueço a plenitude de ter uma
criaturinha a se movimentar em incômodos - que mais pareciam cócegas - enquanto
pezinhos chutavam-me abaixo das costelas: o sorriso bobo ao acariciar a barriga
toda torta e ter a certeza de estar palpando um bumbum são indescritíveis.
As preocupações com o futuro (que antes não
tinham a menor importância) vão tomado forma e rosto com o passar do tempo,
onde até sabores dos alimentos se tornavam mais gostosos para quem (como eu)
nunca teve uma náusea ou vômito durante a gravidez.
Ser mãe é o sentimento e o dom mais
profundo que eu tenho. Nada me é tão visceral quanto o amor por quem fez parte
do meu corpo e a quem alimentei com seios pesados de afetos. As sensações com
relação aos meus filhos durante os meses de gestação e lactação vão além da
separação pelo cordão umbilical.Elas são feitas de pequenos grandes prazeres
diários, mudanças físicas, de humores, mas acima de tudo, de uma grande alegria
interior.
Mãe intui o que necessita, acontece e sente
o filho. Através do olhar apaixonado é capaz de descobrir pequenas mentiras,
grandes alegrias, desapontamentos e tudo o que ocorre com sua cria, por que
silêncio de filho para mãe diz mais que qualquer Tratado Mãe & Filhos
escrito pelo maior dos sábios que nunca foi mãe.
*Imagem - eu e meus filhos quando pequenos
Olá Betha
ResponderExcluirUm lindo e emocionante Texto que conheci dos nossos tempos de Luso-Poemas!
Beijo de saudade do ZÉ
José Manuel Brazão