quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Ao Que Não Me É









by Betha M. Costa

não são meus os olhos, brilhos dos teus,
a leva-te ao distante sonho d’além-mar,
nem a delicadeza e os modos europeus,
que te fazem um cativo na noite a clamar.

as costas que viram o rosto e não te veem,
não se quedam ante a chama dos sussurros,
não se apiedam pelos anos que te absorvem,
nem do sangue em tuas mãos pelos murros;

esses, que cego por um passado que não te é,
ferem e abrem-te espírito e corpo em chagas,
por um amor amaldiçoado, que de ti não apagas!

esse, que tens o prazer lançar-me em rosto e fé,
manchar de vermelho a esperança que eu tinha,
de que cada sentir e palavra tua fosse só minha.

*Imagem do Google

Um comentário:

  1. Gracias por compartir tu hermoso corazón en este poema!!1

    Con cariño Victoria

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