by
Betha M. Costa
Muitas
vezes eu adormeci em calma sobre um rio de lágrimas. Despertei com as mãos
envoltas nas dores mais antigas e passei o dia com o olhar coberto de risos.
Por
vezes ocultei a melancolia atrás do espelho do banheiro. Prendi ao guarda-roupa
perfumado com cheiro do Pará uma ou duas esperanças ressecadas.
As
tristezas cerzidas por grosserias, desrespeitos e achincalhes gratuitos,
criaram teias de gelo nas minhas cordas vocais. Se pagas, elas me fariam mulher
rica em adjetivos lançados ao rosto no propósito de machucar o âmago...
O
silêncio tornou-se a minha resposta, pois perdi a noção do diálogo. Não tenho
gosto em degelar palavras a quem não tem o interesse de bebê-las.
Muda.
Comunico-me somente através do olhar com quem seja capaz e/ou sinta vontade de
decifrá-lo.
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