by Betha M. Costa
Convivi na infância distante,
Com um amigo imaginário azul,
Que contava comigo exultante,
As estrelas do Cruzeiro do Sul.
Dávamos a elas tantos nomes,
Quantos conseguíamos inventar,
Até mesmo os mais infames,
Que coro agora ao lembrar!
Nos dias nublados jogados na relva,
Ríamos das nuvens pra banda das ilhas,
A dormirem inquietas sobre a selva,
Desenhos animados sobre trilhas.
Meu amigo ensinava-me paciente,
Coisas que pela vida aprendia,
Sempre muito condescendente,
Seus conhecimentos comigo dividia.
Ele foi para mim, criança, um abrigo,
Até quando parecia um desconhecido!...
Penso nele, quase consigo tocá-lo e decido:
Ele parece muito contigo, querido amigo!
Não conheço teu rosto, qual tua alegria,
Se há um desgosto em teu coração,
Só sei que somos amantes da poesia,
Que faz-nos cúmplices da mesma paixão.
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