quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Sonhos de Infância

by Betha M. Costa

O tempo parece que não passou!
A vida cruza tantos caminhos...
A criança que fui não me abandonou,
E as versões eu que fiz de mim,
Para tentar ser mais feliz,
Abrem as asas e voam acima,
Das nuvens das razões terrenas,
Para que eu seja alguém,
Nessa terra de preços e gastos,
Onde hoje posso até ser ninguém...


Só não posso aceitar ser a vida,
Tão pouco mar para navegar,
Sei, esquinas vou reencontrar,
A menina que eu fui ainda a cortejar,
Nas vitrines os doces e sorvetes,
E as danças de rua ao luar;
Nesse tempo acessório,
De busca pela felicidade,
Onde não há maldade em ser feliz,
É só questão de opção...

O véu do futuro aí a descortinar,
Como um manto de estrelas,
Aonde a gente possa ser feliz,
Mas foi você quem não quis...
Não tente agora me culpar,
Se aí dentro não há lugar para navegar,
Nas questões mais corriqueiras,
E a vida vai levando a lhe levar...

Um comentário:

  1. Como vc., Betha, ando revivenciando meus períodos de infância & juventude.
    Tenho alguma coisa escrita no blog, em forma de prosa.
    Estão lá no final do blog e atendem pelo nome de Ruas interiores e Viagens da memória
    Este teu poema me traz o Fernando Pessoa de Aniversário e este verso que, ainda hoje, me comove: "raiva/ de não ter trazido o passado/escondido/na algibeira."

    Beijão e tudo de bom pra nós neste 2011!

    Ricardo Mainieri

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