domingo, 5 de maio de 2013

Carta de Despedida Número 06








by Betha Mendonça

Belém, 21 de junho de 2010.

Despeço-me agora da mágoa que destrói os relacionamentos interpessoais, e, do desejo de retrucar com ardido bofete na cara cada desgosto que a vida e/ou as pessoas me dão.

Adeus à mesquinhez do ódio que tinge de vermelho os olhos e cega o ser humano ao que realmente importa na existência tão pequena dessa esfera espiritual! Que aqueles que me ofendem se apaguem na minha memória como velas que derretem sobre as lápides frias de tudo o que é sem valor!

Aceno com branco-paz aos que dizem de mim e contra mim todo tipo de coisa negativa, para que eu não lhes absorva os maus sentimentos e me torne tão cruel quanto eles.

Adeus à raiva daqueles que pisaram com força e esmagaram sob seus pés um a um dos meus mais lindos sonhos e nobres sentimentos.  Sejam eles apenas poeiras que o vento do tempo levou para tão longe de mim que nem lhes recorde os semblantes.

Chega de remoer acontecimentos, atitudes e palavras! Essas coisas que ferem por dentro o peito tais flechadas que fogos e torturam a mente da gente pela ansiedade de ter permitido que assim acontecesse...

Apartem-se os desgostos aos quais fui submetida por mim mesma ou por outrem! Que eu seja como sol que - mesmo encoberto pelas nuvens coloridas no firmamento - passa altivo sobre mares de calmarias e tempestades, e, festivo volta a brilhar e esquentar a Terra a cada novo dia até que finde seu tempo...

Adeus...

B.




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