segunda-feira, 13 de maio de 2013

Sobre o Que Aprendi da Vida


by Betha Mendonça

O que aprendi da vida ela não me ensinou. Aprendi de ver, sentir, cheirar, tocar... Através do desbotar das cores lavadas pelas lágrimas e da pintura a óleo e ar do sorriso. Não a vida não me ensinou nada: eu que aprendi na marra e no murro! No viver em cima da navalha, no corte com sangue e nas cicatrizes indeléveis. Nos caminhos e atalhos dos pensamentos. Nos momentos que não vivi, mas sonhei. Nos que vivi e foram pesadelos.

Não, não me digam nem perguntem da vida! Porque ela nunca me teve. Eu que a tive a meu modo esquisito de levá-la na dança, neste baile deslumbrante, cheio de prazeres em voos de trocas de pernas. Nos saltos a riscar o chão. Nos tropeços e pisar de pés sem tempo de tomar chá de cadeira. Aproveitá-lo até que o salão fique escuro sem nenhum ruído. Até que o silêncio cubra tudo com seu manto de veludo roxo, sob um véu branco, abaixo do tampo de vidro rodeado de madeira.

Nenhum comentário:

Postar um comentário