by Betha
Mendonça
Envelhecer é
quando uma sombra cinza se apossa do nosso ser de forma tão apegada, que não se
consegue desgrudá-la de dentro para fora de jeito nenhum...
Quando a
alma silencia estranhamente e perde a alegria dos brindes festivos e do
gargalhar das crianças.
Quando o
vento sibilando na praia a arranhar os ouvidos é incapaz de despertar emoções e
arrepios.
Quando os
astros perdem o glamour dos dias e noites, como se o céu fosse apenas uma
imensa árvore de Natal que se desligaram as luzes e foram guardados os enfeites.
Quando a gente deixa as águas calarem o
barulho das ondas dos mares e oceanos, o cascatear das cachoeiras nas rochas, e
de se deliciar com seu escorrer pela garganta para matar a sede.
Envelhece quem retira com a borracha do tempo
a cor das flores dos jardins da juventude, o verde dos campos, prados e pastos
das esperanças, e, deixa desoladora paisagem em preto & branco. Quem joga
fora todo o colorido e belo da vida num fosso interior, numa apatia por tudo que
age, canta, embeleza, acolhe, acaricia...
Fica velho
quem não cria, inventa nem alimenta ideais. Quem não usa o unguento do toque,
abraço, caricia e congela por dentro os sentimentos.
Envelhecer é
morrer para a vida antes da hora.
*Imagem do Google
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