quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Sobre o Tempo


by Betha Mendonça

O tempo volta quando a gente consegue tocá-lo com a suavidade das palavras. No encontro dos olhos gulosos da infância sobre os doces, nos confetes de carnavais passados...

Revive-se o passado nas águas das fontes cristalinas dos risos antigos. Elas lavam as tristezas, que a maturidade insiste em apontar com dedos de dor de crescer, e, nas cascatas dos anos penosos de coisas que nosso interior insiste esquecer.

O tempo é aquele amigo velho que parece que não vemos há muito, e, que está sempre ao nosso lado na caminhada cotidiana, anjo invisível dos acontecimentos que julgamos ser o acaso. É o ocaso e a aurora. A flora e a fauna que se desdobra em novas fibras a cada manhã.

É apenas um cofre na nossa memória. Podemos abri-lo a qualquer instante e dele tirar uma música, cena, pessoa, ensinamento... O que a gente precisar... Reviver em lembrança silenciosa. Sorrir ou chorar com ela. Depois trancá-la de novo, até uma próxima vez ou lançá-la ao fundo no lodo do esquecimento.

*Imagem tumblr

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