by Betha
Mendonça
aqui
é a morada onde minh’alma,
despida
de corpo, nada é além de si.
não
há no destino nem calor ou cor,
capaz
de repintar o que já não sou,
nem
as tuas mãos a bordar em linhas,
versos
livres a fazer-me em traço nu.
tal
avião de papel que exposto ao calor,
vira
cinzas, fuligem nos lábios abertos,
dos
beijos não trocados ou divididos,
bebida
presa na garrafa a boiar no mar.
considera-te
livre e derrubada tua ilusão!
num
outro quadro em que fites o olhar,
te
será o mesmo oceano e bem sentir,
e a
temperatura in_terna há de te subir;
como
um retrato que eu olhe bem aqui,
e imagine
que és tu a me tocar e sorrir,
a quem
não conheço o rosto nem feições,
nem
do corpo, a silhueta ou imperfeições.
*Imagem Google
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