terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Derrubar Ilusões









by Betha Mendonça

aqui é a morada onde minh’alma,
despida de corpo, nada é além de si.

não há no destino nem calor ou cor,
capaz de repintar o que já não sou,
nem as tuas mãos a bordar em linhas,
versos livres a fazer-me em traço nu.

tal avião de papel que exposto ao calor,
vira cinzas, fuligem nos lábios abertos,
dos beijos não trocados ou divididos,
bebida presa na garrafa a boiar no mar.

considera-te livre e derrubada tua ilusão!
num outro quadro em que fites o olhar,
te será o mesmo oceano e bem sentir,
e a temperatura in_terna  há de te subir;

como um retrato que eu olhe bem aqui,
e imagine que és tu a me tocar e sorrir,
a quem não conheço o rosto nem feições,
nem do corpo, a silhueta ou imperfeições.

*Imagem Google

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