by Betha Mendonça
Digo-te meu, ainda que saiba que não me és...
Como o crepitar da lareira que sonho e não tenho,
Ou um sopro tépido do vento que me vem através,
Como o crepitar da lareira que sonho e não tenho,
Ou um sopro tépido do vento que me vem através,
Da Baía de águas revoltas a fazer-te o desenho.
Tu bem sabes o quanto em juízos me contenho,
Para não atirar-me sem tempo de fuga no
convés,
Dessa nau em que as cordas são laços do
empenho,
Com o qual me
segues, puxas e prendes aos teus pés.
Devias libertar-nos
desse conto de reinar tão ferrenho!
Encerravas todo ar,
mar, sol e areia da praia; ao invés,
De seduzir com músicas,
danças e versos esse engenho.
Já me perdi no
tempo, no tanto do querer que tenho,
Em pecados, remissões,
delicadezas e desejos cruéis,
E temo o Inferno que
dá à utopia o alimento em anéis.* Imagem do Google
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