by Betha Mendonça
Escrevo o que sou
Pelo céu em voo cego
Olhos de Anjo do Mal
Deixei você em sua cama
Triste e calado pela solidão
Transpirando na noite
Um homem embriagado
Pelo perfume
Duma flor desconhecida
E queimado pela lava
De um vulcão inativo
Mãos caladas de propósito
Mexem dentro do seu coração
Porque não sabem explicar
Porque paixão é paixão
E não importa a mistura
Ou a cor que tenha o sangue
Só a morte tece as respostas
Para perguntas não feitas
Escrevo o que sou
Pelos dias eu vago
A cheirar flores de cemitério
A pele morena de sol
Sobre a fragilidade do cristal
Um silêncio doloroso
Sob a máscara alegre ao rosto
Vejo o homem que não me pertence
E seu beijo aquecer outra mulher
A lucidez capricorniana grita
Mas a insanidade da mulher
Cega às ditas certezas da vida
Nada tem inicio ou fim
É fixo ou instável
Tem vida ou morte definida
Nem um adeus é para sempre
Quando outros versos cheios de luz
Podem
ser escritos por um poeta apagado*Imagem @betha
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