quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Carta de Despedida Número 01








by Betha Mendonça

Belém, 14 de novembro de 2008.

Sem lágrimas nos olhos. Sem ser piegas. Sem dó nem piedade eu me despeço de tudo que causa mal a mim e do mal que causo aos outros.

Lanço ao fogo do esquecimento as palavras torpes que pensei, proferi, li, escrevi e ouvi. Todos os sentimentos negativos que cerceiam minha evolução como ser humano.

Renego e enterro ao silêncio das covas profundas toda a dor. Com elas as ofensas e incompreensões praticadas por mim e pelos que de uma forma ou outra fazem parte de meu convívio.

Adeus aqueles que cri serem amigos! Que permiti privarem da minha confiança e que, com o correr das estações, se mostraram menores do que eu.

Adeus aqueles que perante a grandeza espiritual e intelectual, não passo de mera poeira vermelha das estradas, barro para ser pisado por passos maiores e mais importantes que eu.

Despeço-me das injúrias e escárnios recebidos e daqueles a quem consciente ou inconscientemente injuriei ou escarneci em revide... Tudo causa da minha espiritualidade pouco elevada!

Entre tantas despedidas, eu bato com as mãos muitos acenos e afirmo: não terei saudades do que deixo para trás!... E vôo para bem longe com um par de asas que roubei de um anjo caído.

B.

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