segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O Barqueiro

by Betha M. Costa

Rema barqueiro, rema!...

Levada viva pelo Rio dos Mortos,
Miro-te os olhos vermelhos tortos,
Asas longas de vôo rasteiro,
Modos impiedosos e olhos absortos,
Garras a segurar remo grosseiro...

Rema barqueiro, rema!...

Desliza o barco, águas putrefatas,
Mentes disformes e psicopatas,
Até chegarmos ao Hades imundo,
Retiro de vis pecadores primatas,
Para julgar-me o Rei do submundo.

Para barqueiro, para!

Hades não achou no livro o meu nome!
Caronte abandonou-me com fome,
Numa pedra limosa do outro lado,
Lápide escura de ser infame,
Prisioneira viva de um eterno enfado.

======================================

Pela Semana das Bruxas e do Saci publicarei poemas "sombrios e de feitiços".

Nenhum comentário:

Postar um comentário