sábado, 15 de janeiro de 2011

Sobre Namorar

by Betha M. Costa


Namorar é matizar esperanças. Colocar o afeto em gestação dentro do calor da paixão até o nascer do amor, que como bem disse Vinicius de Moraes será “eterno enquanto dure”.


É um frenesi que leva a certo desprendimento de outros desejos, que não sejam as mãos entrelaças dos enamorados num abraço capaz de rodear o mundo e cujo sentimento por ser tão grande não caber nele.


Namorar é olhar o outro cada dia com olhos diferentes, guardar na memória cada traço do seu rosto, corpo e dos momentos passados juntos, para relembrá-los uma hora qualquer em que a distância se fizer presente e trouxer com ela as saudades.


É viver coisas corriqueiras como se fossem espetaculares por que na verdade são. Tomar soverte na chuva, passear de mãos dadas na praça, dançar sobre as estrelas - ainda que elas estejam invisíveis no céu - e cantarolar aquela música romântica que antes lhe parecia piegas, mas que agora é a trilha musical do romance de vocês.


Namorar é ser ridiculamente feliz ao usar diminutivos ou falar um ao outro com vozes infantis, mesmo que vocês sejam adultos cheios de responsabilidades. Trocar juras de amor encantar-se com as vitrinas e neons das ruas, ter conversas intermináveis no telefone e sentir poesia em tudo ao redor.


Dividir suas coisas favoritas. Ser cúmplice, mas manter alguns segredos. Vasculhar lojas e sebos atrás daquele livro maravilhoso, edição limitada que você queria tanto e depois dá-lo de presente ao outro só por ver o brilho “pidão” no seu olhar.


Namorar é conhecer e explorar possibilidades. É brigar e fazer as pazes. Ter ciúmes e generosidade. Ter o orgulho e de repente não ter a mínima vergonha de pedir perdão. Dizer adeus para sempre a está de novo ali no dia seguinte, por que sempre pode não ser muito tempo para quem namora.

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