by Betha
Mendonça
Escrevo como quem joga amarelinha, onde a pedra dos
sonhos tenta alcançar a lua ou as estrelas. Como pião, que lançado ao chão
traça palavras, cujos lábios não são capazes de pronunciar...
Canto em poemas as cantigas de roda da menina que
se perdeu da magia que a segurava. Ensandecia pelo rock, rap, hip-hop e reggae, procura àquela força, de quando ficava no topo do mundo nas sapatilhas
do balé clássico.
Ouço os sons das bolinhas de gude, planetas do
sistema solar entre dedos pequeninos, capazes de controlar o universo, enquanto
as órbitas dos olhos moviam-se pelos dias cheios de luzes.
Voo com papagaios coloridos - fios encerados em
cacos dos vidros moídos dos desencantos e nas colas dos amores passados - que
cortavam no ar, os pensamentos sombrios, do tempo em que sofri muitas dores.
Hoje restam os desenhos de sombras nas paredes,
onde o dinossauro come o homem, que come e destrói os outros seres vivos do
planeta infância, que foi devastado por um meteoro gigante chamado crescer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário