by
Betha Mendonça
Belém, 04 de outubro de 2013.
Hoje me despeço da espera que exaure o
pensamento, extingue a lógica e desacelera aos poucos o coração. Adeus ao
carrilhão de horas, senhoras idosas e lentas, a caminhar nos relógios que
parecem não se moverem!
Afaste-se de mim o aguardar! Chega do tempo
a se arrastar cobra traiçoeira, de repente a dar-me o bote, morder-me e
inocular-me ardida decepção ao que não veio.
Fora ensandecimento momentâneo! Esse em que
lancei a razão ao chão e sapateei sobre ela ao som de Dançando na Chuva, como
uma mágica de circo, que caminha acima das águas de uma piscina que nunca será
mar.
Acabou o prazo marcado para acerto ao que
era errado. Ele perdeu a validade. Como um produto de aparência valiosa e
original, que se revelou pirataria made in China ou Paraguai.
Tchau minutos em que estive paralisada pelo
curare da flecha de instantes suspensos e em suspense!
Aceno agora sem pressa, por ter guardada na
ampulheta a areia de todo o tempo que preciso para dizer:
- Adeus! Até um dia, hora ou outra
encarnação!
B.
*Imagem Google
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