terça-feira, 17 de junho de 2014

Sobre Ser Poeta










by Betha Mendonça

Poeta é nascer com muitos sentidos a mais dentro dos cincos já conhecidos. Vivenciar as coisas em prismas diversos no mesmo foco, e, retratá-los de modos diferentes, de acordo com seu interior, que varia como as nuances de cores do céu a cada instante.

É escorregar às profundezes e a seguir elevar-se ao Cosmos em fração de sentires. É ser multipolar. Invisível na multidão das ruas, casas e de todos os lugares. Uma gente estranha. Enquanto a maioria reclama do frio, quentura, chuva ou geada do dia, o/a poeta inventa na cabeça maneiras de descrever sensações e sentimentos que a situação lhe desperta.

Ser poeta é dizer em palavras o que não pode ser encontrado no dicionário, por que é algo ainda a ser elaborado por dentro das letras. Antes de o seu significado ser decodificado pela emoção e imaginação. É dizer do simples ao muito elaborado, aquilo que outras pessoas veem e sentem e não têm como falar. Mas ao lerem o escrito, cada um se reconhece ali e pensa: - É assim mesmo que sou ou sinto!

É dar voz aos silenciosos. Cores aos olhos cegos ou carentes de brilho ou do orvalho das lágrimas. É definir odores aos olfatos indecisos. Sabores inacessíveis aos paladares apressados ou sem tempo para apreciá-los com calma e deixar que se espalhem a cada papila gustativa... É um soprar cálido de vocábulos, como canções de dizer o que outrem precisa ouvir a certo momento. É ser capaz de tocar a pele e o interior do corpo humano, como o maestro que rege uma orquestra de muitos instrumentos, e, causa emoções diferentes a cada pessoa da assistência.

Ah, ser poeta é ser tantos no mesmo ser!...

*Imagem do Google

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