by Betha Mendonça
Poeta é nascer com muitos sentidos a mais
dentro dos cincos já conhecidos. Vivenciar as coisas em prismas diversos no
mesmo foco, e, retratá-los de modos diferentes, de acordo com seu interior, que
varia como as nuances de cores do céu a cada instante.
É escorregar às profundezes e a seguir
elevar-se ao Cosmos em fração de sentires. É ser multipolar. Invisível na
multidão das ruas, casas e de todos os lugares. Uma gente estranha. Enquanto a
maioria reclama do frio, quentura, chuva ou geada do dia, o/a poeta inventa na
cabeça maneiras de descrever sensações e sentimentos que a situação lhe
desperta.
Ser poeta é dizer em palavras o que não
pode ser encontrado no dicionário, por que é algo ainda a ser elaborado por
dentro das letras. Antes de o seu significado ser decodificado pela emoção e
imaginação. É dizer do simples ao muito elaborado, aquilo que outras pessoas
veem e sentem e não têm como falar. Mas ao lerem o escrito, cada um se
reconhece ali e pensa: - É assim mesmo que sou ou sinto!
É dar voz aos silenciosos. Cores aos olhos
cegos ou carentes de brilho ou do orvalho das lágrimas. É definir odores aos
olfatos indecisos. Sabores inacessíveis aos paladares apressados ou sem tempo
para apreciá-los com calma e deixar que se espalhem a cada papila gustativa...
É um soprar cálido de vocábulos, como canções de dizer o que outrem precisa
ouvir a certo momento. É ser capaz de
tocar a pele e o interior do corpo humano, como o maestro que rege uma
orquestra de muitos instrumentos, e, causa emoções diferentes a cada pessoa da
assistência.
Ah, ser poeta é ser tantos no mesmo ser!...
*Imagem do Google
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