by Betha M. Costa
Rema barqueiro, rema!...
Levada viva pelo Rio dos Mortos,
Miro-te os olhos vermelhos tortos,
Asas longas de vôo rasteiro,
Modos impiedosos e olhos absortos,
Garras a segurar remo grosseiro...
Rema barqueiro, rema!...
Desliza o barco, águas putrefatas,
Mentes disformes e psicopatas,
Até chegarmos ao Hades imundo,
Retiro de vis pecadores primatas,
Para julgar-me o Rei do submundo.
Para barqueiro, para!
Hades não achou no livro o meu nome!
Caronte abandonou-me com fome,
Numa pedra limosa do outro lado,
Lápide escura de ser infame,
Prisioneira viva de um eterno enfado.
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Pela Semana das Bruxas e do Saci publicarei poemas "sombrios e de feitiços".
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