by Betha Mendonça
Canto o conto que não percebo o começo
e que dança e brinca criança curiosa, enquanto constrói um castelo de areia
quente, em praia que não sei por onde caminhar, sem queimar os pés desnudos, de
tanto calor que emana da terra...
Fosse profundo o fosso que cavei ao
meu redor, capaz de controlar as águas límpidas (que logo se turvam) e dele
brota sem parar, não me assombrariam as músicas, nem os ruídos de passos pelos
corredores de milhares de olhos.
Nem me entristeceria a sinfonia do
ranger das correntes nas torres, quase a chegar ao céu, arrastadas por aquele
que me reina, e, de quem sou apenas pintura na parede descascada pelo tempo.
Ouço o canto do Uirapuru com o descer
do sol e o subir da maré. Logo o castelo, mistura de espuma e lama, leva o
conto que te canto e conto, Iara ao fundo do mar.
*Imagem do Google
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